Não concordo porque pra mim é insustentável aguentar situações que me ojerizam, e a maneira como vejo muitos se referirem aos empregos é com repulsa. Em fato, acho bem preocupante.
Acaba criando uma sensação de martírio diário, e o que já tem sua carga de stress (a rotina de qualquer emprego) acaba pesando bem mais.
Obviamente o ideal seria se todos pudessem trabalhar no que quisessem e como quisessem, mas sabemos não ser viável. De toda forma, acho que a busca pela melhor rotina possível - que alie o mínimo de bem estar para atingir a meta almejada - é o caminho ideal.
Como fazer isso já é outra questão, e muito mais difícil de responder, pois depende de cada um, de forma extremamente subjetiva.
Meu ponto com esse texto é justamente esse: como o que pode ser inaceitável para alguns, é o caminho exatamente seguido por tantos outros.
Temos aqueles presos à "corrida dos ratos", de tal forma cegos que não conseguem viver de outra maneira, nem quando surge a oportunidade. Assim como também temos a maior parte da sociedade, que entende que é normal não gostar do trabalho e é isso mesmo. E aqui temos a divisão entre quem entende que a vida será
Mas o que ambos têm em comum é essa resignação com a infelicidade do emprego e eu acho isso muito triste. As pessoas esquecem de levar em consideração que o ambiente em que se vive nos afeta diretamente.
Muitas vezes não é nem a tarefa em si o problema, mas o local de trabalho. Outras vezes o emprego é a melhor parte, mas não suficiente pra suprir outros setores da vida, como os relacionamentos (familiar, amoroso, de amizade) ou o prazer de morar em um local que goste - e aí me refiro tanto à estados, cidades, bairros, casas... tudo o que for relevante para cada um.
Digo isso porque a melhora que tive ao mudar de cidade foi absurda. Já morei em diversas cidades e estados, mas não gostei de nenhum deles. Morei anos em cada lugar, e nunca me senti "em casa". Os motivos eram diversos: clima, habitantes, hábitos culturais... a maioria deles subjetivos, mas gerando sempre um grande incômodo. E, nossa, como isso influenciou minha vida nos anos anteriores!
Recentemente mudei para um local que sempre tive vontade de morar e, por isso, vim de mente e coração abertos e estou usufruindo de tudo que a cidade pode me proporcionar da melhor maneira possível. Óbvio que imprevistos surgiram aos montes, óbvio que merdas acontecem, óbvio que meus dias não são todos perfeitos, passo por muitas tretas e a minha rotina ainda é uma loucura. Mas apesar disso tudo, estou em um ambiente que gosto, porque eu quero. E só esse fato já me faz encarar a dureza da vida de forma muito mais leve.
Basicamente, o que estou tentando dizer com esse texto, é que estou feliz. Não está nada no lugar, não está nada do jeito que imaginei. E mesmo assim eu me sinto em paz e confiante.
Em parte porque aprendi que no fundinho não tenho controle de nada da vida, é só ilusão achar que dominamos algo, pois de uma hora para outra as situações todas podem mudar. Mas também porque sinto que estou trilhando o caminho certo, seja lá qual ele for ou o que ele signifique.
Só sei que não tenho pressa.
Já li vários comentários na blogsfera de pessoas reclamando de seus empregos e tendo como expectativa trabalhar mais 5, 10 anos nesses mesmos empregos.
ResponderExcluirFico pensando como alguém que se diz esgotado com seu trabalho ou profissão considera continuar mais 5 ou 10 anos nessa situação...
Enquanto nao tem um plano B até largar o trabalho é preciso usar ao racional para nao largar o emprego e entrar na estatística dos desempregados. A partir do momento que ele tenha uma boa grana ou ate mesmo consiga ganhar mais no trabalho B (renda paralela), aí sim vale a pena.
ExcluirEntendo Gari, mas na minha opinião o que acontece em muitos casos é que as pessoas se acostumam nessa "zona de desconforto" e nem sequer buscam outras opções.
ExcluirNo funcionalismo público então é ainda pior, tem pessoas que reclamam de seus empregos, 10, 15, 20 anos a fio, mas não saem de lá.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que depois daquele meu post era quase previsível que eu apareceria nesse rsrs
ResponderExcluirTenho suportado meu trabalho diário, e tem dias e semanas que carrego sim como martírio. Me pergunto se está valendo a pena. Mas a insegurança que traz talvez ficar por um tempo sem grana entrando na conta é algo que me deixa, sim, apreensivo. Até com as perdas (renda negativa) do trade, não fico tão apreensivo, quanto a pensar que não terá nada positivo entrando no mês. E isso acaba me paralisando à buscar mudança de um emprego relativamente estável. Talvez seja uma mudança de mindset que ainda não me ocorreu de forma a se transformar em atitudes.
É bem triste essa dependência que temos do dinheiro, né? Infelizmente somos reféns dele e não dá pra largar tudo sem ter as bases cobertas. =(
Excluir