Quando encontro algum blog novo e me interesso pelas postagens, começo a lê-lo do início. Gosto de ver a evolução do blogueiro, a experiência adquirida e o que mudou com o passar do tempo.

Ontem decidi novamente voltar a ler o
Mr. Money Moustache, acredito que seja um dos mais famosos blogueiros que se aposentaram cedo (mais precisamente aos 30 anos). E foi através dele que eu ouvi falar na expressão "
early retirement"pela primeira vez.
Voltando ao post de apresentação do MMM, parei para pensar na minha trajetória.
Não é segredo que apenas recentemente comecei a poupar com afinco e ainda tenho muito o que aprender. Porém por diversas vezes essa "oportunidade" de abrir os olhos me foi exposta e eu sempre a ignorei.
Comecemos pelo livro
Pai Rico, Pai Pobre.
Acho que ainda não terminei a leitura, mas assim que o peguei pra ler, há uns meses, meu cérebro jogou um alerta dizendo "já li isso antes". Fiquei pensando quando na minha vida eu já havia lido aquelas primeiras páginas e então caiu minha ficha: no Ensino Médio eu tinha uma matéria chamada Contabilidade, lembro mais ou menos do conteúdo, mas sei que fixou muito facilmente o conceito de
ativo e passivo e como eu achava aquilo interessante. Provavelmente a leitura do livro deve ter sido indicação da professora, afinal qual melhor autor pra nos fazer entender de uma vez por todas o que é um ativo e o que é um passivo?
Só que aos 14~15 anos eu não tinha maturidade para entender o significado real daquilo tudo, afinal, não trabalhava, não ganhava meu dinheiro e não dava real valor ao custo das coisas, pois eu não precisava ~lutar~ para consegui-las.
Depois ganhei uma graninha, uma espécie de herança, mas com um valor bem ridículo, algo em torno de R$10k.
Do alto da minha vasta sabedoria achei que "não faria como todo mundo". Já havia planejado tudo enquanto sonhava em ganhar na mega sena (mesmo sem jogar): era só deixar tudo na poupança e viver dos rendimentos, claro! hahahah
Resumo da história: outra oportunidade perdida de aprender a cuidar do dinheiro. Tinha na cabeça que quando tivesse muito dinheiro ia pagar alguém para administrá-lo (ó as ideia).
No fim das contas aos poucos fui gastando aquela grana. Claro que não era muito, mas a Poupança também não rende grande coisa, então já viu, rs. Só não me arrependo muito porque apesar de não saber o que fiz com a maior parte do dinheiro, foi com um pouco dele que comprei meu amado PC, que uso até hoje e me serve perfeitamente, apesar da insistência do meu namorado em dizer que eu deveria trocá-lo.

Um tempo depois de já ter gasto quase toda essa grana, apareceu uma oportunidade de comprar apartamentos na planta, num bairro novo e muito promissor. A construtora anunciava "preço de fábrica", era algo em torno de 27 a 30 mil reais. Se eu tivesse a grana na época, teria comprado. Não um, mas uns três. Avisei diversas pessoas da oportunidade, só não tive coragem de pedir o dinheiro emprestado, rs, mas ninguém me deu ouvidos. Menos de um ano depois e antes mesmo dos apartamentos serem entregues já estavam sendo vendidos por 60 a 80 mil reais. Hoje em dia estes mesmos aptos custam, em média, R$200k.
E então comprei o livro
Casais Inteligentes Enriquecem Juntos do Cerbasi. Achei genial e muito interessante, mas botar em prática? Pfff.
Ano passado conheci o
Mr. Money Moustache e foi então que a ideia de independência financeira passou a se "materializar" na minha mente. Já li diversos sites, blogs e livros dando dicas de valores que deve-se juntar para viver de renda. Porcentagens e mil cálculos mirabolantes, mas nunca vou esquecer da premissa básica do bigodão:
junte 25x o valor anual de suas despesas e vai ficar tudo bem (ou quase).
Esses foram exemplos meus que lembrei, mas poderia citar de de conhecidos:
- a família que diz que vive bem com R$6k mensais, mas passa muito mais por isso pelas mãos e continua com dívidas, nome sujo e trocando financiamento (porque o carro é do banco até que se pague).
- a matriarca que ganha R$12k líquidos e diz que na verdade recebe "apenas 8k", porque o restante está comprometido com empréstimos descontados em folha (como se os empréstimos tivessem sido compulsórios e não uma escolha) e que nunca paga o valor total do cartão de crédito.
- o genitor que após a aposentadoria vendeu um imóvel e enfiou tudo na bolsa de valores, passando os dias em frente ao home broker especulando para dar conta das despesas da casa, em vez de dizer "vâmo economizá, negada??"
- a colega de trabalho que não têm condições de manter um carro e mesmo assim insiste em tê-lo.
- a moça do salão de beleza que caiu no conto da Hinode.
- a amiga que já ganhou 200k de prêmio e não fez questão de aprender a gerenciar o próprio dinheiro.
Essa (falta de) visão que as pessoas têm do dinheiro é muito prejudicial. E é incrível como é fácil se deixar levar por ela, afinal, é o que a maioria faz e nós aprendemos pelo exemplo. Por isso não culpo tanto quem não consegue ver a vantagem de economizar agora pra não sofrer no futuro. Fico triste de não poder ajudar, mas se a pessoa não quer mudar, não quer ser ajudada, não há nada que eu possa fazer. Cada um tem seu tempo.
Além do mais, é graças ao povo doido que consome sem critério que as empresas têm lucro e temos a oportunidade de virar investidores. Viva a diversidade! Especialmente pra quem tá no grupo da minoria (euzinha) e vai tirar mais vantagem, hahahha.
E obrigada a todos os blogueiros que se dispõem a falar de finanças e me ajudaram nessa nova empreitada, sem o apoio de vocês eu certamente seria mais uma vítima da Poupança e continuaria sem perspectiva para o futuro, achando - como muitos - que o milhão é impossível de alcançar.
Abram os olhos, as oportunidades estão aí, basta ter conhecimento para aproveitá-las. Sucesso para nós e rumo ao milhão!